domingo, fevereiro 11, 2007

lê-se, na mailing lust da flur...




COTY CREAM
O Rock Da Mouraria LP Mouraria Records- 16,50 eur

Dez anos depois de «Música Comercial», o difícil segundo álbum dos Coty Cream. Quem viu o concerto de regresso no Music Box, conta que a banda (agora em quarteto) está em boa forma e parece não acusar a pausa editorial. O disco demonstra bem esse entusiasmo e energia: rock, punk-funk, psicadelismo, blues, tudo bem musculado, com as arestas necessárias e muitas piscadelas de olho a um universo pessoal (mas também de todos nós, claro) que se abre sem pudor ao longo do álbum. Para além da música - que é, recordemos, o que interessa - há ainda o extra das capas terem sido executadas à mão, uma a uma, sem que nenhuma se repita. A banda não revelou os artistas, mas alguns estilos revelam o nome: Carlos Zíngaro, Tiago Miranda, Clara Andermatt, entre muitos outros.


"A quarta canção pode ter o título do ano, “Clap your hands in the air and say blues... Yeah”, mas não é isso o principal – tínhamos apenas de o referir. Eis o que interessa realmente: ao longo dos 30 minutos de “O Rock Mouraria” pressente-se um equilíbrio instável entre a canção-canção – por mais aberto que seja o conceito no universo dos Coty Cream – e a procura do transe, do puro poder encantatório da música. De um lado, a tensão de “Big white shark attack” – guitarra paranóica, baixo irrequieto e o saxofone, em voo picado, acentuando a sensação de perigo. Não parece, mas é música para dançar – afinal, também dançamos os Contortions e os DNA, o pós-punk e a no-wave. No outro extremo, “Steel, sticks & skins sing like castrati”, jam xamãnica em busca de transcendência – percussão hipnótica e coros de ritual tribal, os Animal Collective nas Montanhas do Atlas, em Marrocos. Equilíbrio instável, dizíamos. Apenas teoricamente. Se “Fame is a bluejob”, cruzamento surpreendente de uns Morphine em ácidos com os delírios jazzy de Mike Patton na sua Ipecac, não parece a saída mais indicada para as ondulações eléctricas da abstracta “Deng, deng, deng”, a verdade éque destes sobressaltos resulta uma dinamica de contrastes que são o ying e o yang do disco. A cidade, entre os néons e o cimento; a mesma cidade, serena e silenciosa, contemplada lá de cima, 10 mil metros cima do solo." in PUBLICO

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3 comentários:

purita disse...

confesso que esta da prótese me incomoda ligeiramente...
mas obrigada!

merdinhas disse...

rock, punk-funk, psicadelismo, blues, tudo bem musculado, com as arestas necessárias e muitas piscadelas de olho a um universo pessoal (mas também de todos nós, claro) que se abre sem pudor ao longo do álbum. ...

Naked Lunch disse...

a prótese é um instrumento musical...

sem pudor...