terça-feira, novembro 20, 2007

perspectiva


uma questão de genética... as pálpebras não abriam mais que 20 graus... dava-lhe um ar aparentemente antipático... (estranho que não a catalogassem de outra coisa... enigmática... sensual...)... de qualquer maneira a simpatia parece ser uma capacidade sobrevalorizada... mas adiante...

a infância foi tramada... habituou-se a inclinar a cabeça para trás, para ver de frente... chamavam-lhe puta convencida... tentou fita cola (azul)... chamavam-lhe puta (ainda assim, um avanço)... puta genética...

...até que um tipo mais velho, de chapéu, lhe disse "esquece lá isso, é tudo uma questão de perspectiva... arranja um capacete"...


pelo natal sobe aos telhados da baixa (pombalina) para olhar de frente para as iluminações, abaixo... rios de cores... abaixo...

habituou-se a admirar insectos e a surpreender-se com carreiros de formigas... invocações melódicas, paisagens sonoras imaginárias...

doutorou-se em geografia das mijadelas caninas...

2 comentários:

purita disse...

e na biologia nocturna!:) (as formigas não dormem?)

merdinhas disse...

"...é (mesmo) tudo uma questão de perspectiva..."